HERÓIS
É uma seleção de fotos de pessoas "comuns"que não aparecem nas grandes midias mas que tem tantas coisas
a nos ensinar sobre a vida.
Luciano Frazão
A escalada é um esporte que exige muita força, concentração e agilidade,
mas muito mais do que tudo isso, força de vontade.
Luciano Frazão é um escalador, que tem uma perna só e, acima de tudo, tem a força necessária para superar quaisquer obstáculos. Luciano mostrou para todo mundo presente, na hora de mandar esse “boulder”, que grande parte das nossas limitações, são construídas apenas por nossa mente.
Bibbhas Rai Sherpa
Valdir dos Santos
Este é o Valdir, meu querido amigo e compadre. Ele é Kalunga, do Vão de Almas, mas eu o conheci em 2008, no Córrego Urubu, na Serrinha do Paranoá, em Brasília. Dentre as suas qualidades, se destaca seu coração gigante.
Certa noite, em que batíamos um papo em casa, lhe perguntei o que faria caso não existisse impedimento financeiro.
Qual era seu sonho, com total liberdade?
Sem nenhuma hesitação ele respondeu: "eu faria um posto de saúde no Vão de Almas". De imediato, eu e Nísia ficamos profundamente tocados com sua resposta, um sonho de beneficiar a coletividade.
Então lhe perguntamos em que local ele pensava ser o mais adequado para um posto de saúde. E novamente ele nos emocionou. Disse que precisaria ser no centro e que, para isso, seria necessário que duas pessoas saíssem a caminhar, dos pontos mais distantes do Vão de Almas, uma em direção a outra. O centro seria determinado no local do encontro.
Esta foto fiz em 2019, momento em que Valdir foi imperador do Vão de Almas.
Espero que muito em breve o sonho do Valdir se realize em benefício de toda a comunidade.
#águalivre
Do total de água no planeta, 97,5 % é salgada. Apenas 2,5 % é agua doce. Sendo que 2/3 estão congelados. A cada 8 pessoas, uma não tem acesso a água potável. Cientistas preveem que, em 2030, 1.8 bilhão de pessoas ao redor do mundo estará vivendo em locais com escassez de água. Nesta foto, um jovem em Ouricuri, no Piaui, Brasil, coleta água para o consume diária. A água precisa ser decantada para retirar a maior parte de terra e resíduos nela. Mesmo assim as consequências sobre a saúde são severas.
Cacique Raoni
Cacique Raoni, indígena da etnia Metuktire Kayapo, um dos mais notáveis ambientalistas deste planeta. Em 1954, teve seu primeiro encontro com o mundo dos brancos, através do indigenista Orlando Villas-Bôas, que o iniciou à língua portuguesa e certamente o introduziu ao mundo do colonizador.
Em 1989, com a ajuda do cantor Sting, Raoni começou uma volta ao mundo numa campanha de conscientização sobre a deflorestação da Amazônia. Mesmo após o relatório do Giec de 2021, a deflorestação não só continua, mas se intensificou de maneira catastrófica.
Apoiados pelo governo do presidente Bolsonaro, garimpeiros e madeireiras invadiram com brutalidade os territórios Yanomami. Em maio de 2021, duas crianças de 1 e 5 anos morreram afogadas, durante um ataque de garimpeiros ilegais.
Raoni é um exemplo quando se fala em viver em harmonia com a natureza.
Acredito que grande parte da população mundial não tem a menor ideia do quanto os povos originários são responsáveis por manter as florestas ao redor do mundo de pé. Muitos deles já deram suas vidas por elas. Se o ser humano ainda tem ar respirável, é graças a eles. Raoni é um símbolo desse movimento a favor da vida.
Heróis do lixo
Nova Délhi tem a segunda maior população do planeta com 31,181,000 pessoas. Essa mesma gera 9500 toneladas de lixo por dia. Para ter uma noção de que isso representa, é o peso da Torre Eiffel. Dessa montanha de resíduos, 8000 toneladas são coletadas por trabalhadores que vivem em condições sob humanas. Em um ar toxico e um ambiente cheio de ratos, a maioria desses trabalhadores não tem nenhum tipo de luvas ou outras proteções para manipular o lixo. Com a pandemia e a redução drástica de troco que recebiam para levar o lixo da casa de particulares, milhares de pessoas que depende diretamente do lixo para sobreviver, estão passando fome.
Esses lixões já ultrapassaram desde 2008 a capacidade de receber mais lixo, que já contaminaram os aquíferos da cidade. Uma das causas principais dessa situação extrema é a falta total de separar o lixo para reciclagem.
Killing Fields
2 milhões de toneladas de bombas foram lançadas no Laos durante a guerra do Vietnã. Uma guerra secreta que os EUA estavam liderando no corredor da trilha de Ho Chi Minh, usada para abastecimento pelas forças comunistas.
A cada 8 minutos, 24 horas por dia, foram lançadas bombas no Laos,
que é considerado o país que mais foi bombardeado no mundo. Durante o período de nove anos deste conflito, 50.000 pessoas morreram. Uma coisa que realmente me impressionou quando cheguei ao Laos foi a quantidade de bombas antigas que ornamentavam as pontes como uma lembrança daquela época terrível. A segunda coisa que surpreende, é o fato de que a população em geral é muito jovem, poucos idosos podem ser vistos. Depois que a última bomba foi lançada em 1973, 20.000 pessoas ainda morreram, principalmente crianças, devido às inúmeras bombas coletivas deixadas para trás nos campos e vilarejos. Mesmo assim, a nova geração tenta levar a vida com leveza e o coração aberto.