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Maharaj Amar Bharti Naga baba

Naga sadhu yogi tapasya Maharaj Amar Bharti

Maharaj Amar Bharti, the immortal.

 

Falar de Maharaj, como ele é respeitosamente chamado por seus devotos e amigos, não é tarefa simples. Poderia dizer que se trata de um personagem saindo direito de contos extraordinários.

 

Maharaj é mestre da Krya Yoga e sua pratica principal é a tapasya do Urdhva Bahu (austeridade do braço levantado para o céu). Esta prática, escolhida por ele, data da era de profunda espiritualidade, conhecida como Satya yuga, a era da verdade. Se referenciando a um alinhamento do corpo, da fala e da mente. Neste período, propício a práticas espirituais, uma tradição de iogues realizava atos extremos, com o intuito de descobrir ainda mais as profundezas da mente. Alguns iogues, por exemplo, tinham como prática manter-se de pé ao longo de vários anos, outros levantavam os dois braços por decadas, outros sentavam-se ou deitavam em camas de pregos.

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Maharaj é um sadhu (iogue) realizado, com uma gentileza inherente. Desde que comecei a fotografá-lo, durante a Maha Maha Khumba Mela de 2000, nos tornamos amigos. Graça a ele mergulhei ao longo de 16 anos, no universo dos sadhus. Cheguei inclusive a morar com ele durante 6 meses, no seu refugio no vilarejo de Jarad, localizado nas montanhas do Himashal Pradesh, no meio dos Himalaias indianos, uma vivência inesquecível e única.

 

Ao encontrar Maharaj pela primeira vez, inevitavelmente nos deparamos com seu braço erguido e sua mão mortificada na posição do mudra da figa. Suas unhas, cresciam em espirais e todos os dias, após o banho, Maharaj cobriu sua mão com as cinzas extraídas de sua fogueira sagrada, o dhuni. Seu membro é símbolo de vitória da mente sobre o corpo. Mas raras são as pessoas que conseguem enxergar o iogue além de seu braço levantado, pois para isso, é preciso um olhar e uma convivência mais aprofundado.

 

Foi a partir desses anos de convivência que consegui entender o que Maharaj tinha pra ensinar a quem estava dispoto a observar. Inicialmente, meu olhar era de muita mistura de julgamentos e fascinação. Quando então, me deparei com um eu cheio de julgamentos, esses pensamentos desmoronaram e deixaram de fazer sentido. Livre de julgamentos, comecei a enxergar Maharaj além de seu braço, com isso entrei no seu universo e aos aprendizados que vinham à tona.

No fim da Khumba Mela, Maharaj lançou o convite ao universo, para uma estadia no refugio dele.

Essa imerção no mundo dos Nagas sadhus foi realizado em parceria com a antropologa Lena Tosta (PhD) que se tornou a tese de doutora da doutora Tosta, sob o nome de:

Iogues Dissidentes. Pedagogia de uma (in)discipline emancipatória

Maharaj não buscava fama como alguns sadhus que encontramos. Havia pouca gente no vilarejo de Jarad, onde a agricultura familiar predominava. Maharaj tinha uma vida bem regrada e sai muito pouco do refugio dele.

Snaan não é apenas um banho, é uma pratica de purificação antes de passar o vibhuti, as cinzas sagradas aplicado no corpo, em sinal de desapego à morte.

Em"fim de carreira, Maharaj passava apneas as cinzas na sua mão.

Estudar os textos sagrados, a astrologia e repetir os 1000 nomes de Shiva fazia parte de algumas das suas praticas espirituais.

OM NAMO NARAYAN

Eis o mantra que se usa para cumprimentar um naga sadhu shivaist. Em seguir se toca os pés do guru e apresenta a mão direita para receber uma pintada de cinzas sagradas, quando o sadhu aplica o tilak na testa, representando a abertura do terceiro olho. Uma vez abençoado, o devoto engole as cinzas recebidas, purificando os kharmas negativos, antes de se passar a própria mão no top da cabeça.

Maharaj manifestava generosidade genuína. Recebia oferendas regularmente e não tardava a reencaminhar para quem precisasse, privilegiando crianças e mulheres.

Pelas manhãs acolhia individuais e famílias, que lhe procuravam em busca de conselhos e alguma forma de ajuda.

Por vezes, Maharaj era procurado para prática de magia, chamada, no universo dos sadhus, de tantra. Nestes casos, as pessoas relatavam ser vítimas de feitiçaria. Por duas ocasiões, tivemos a oportunidade de ver um artefato bizarro, usado na prática de tantra, raízes que cresciam pelos e garras.

Sevak Bharti pose com o jhola que esta confeccionando com o objetivo de vendê-lo afins de continuar sua jornada. O jhola é uma pequena bolsa quase exclusivamente usados pelos Nagas sadhus, com uma infinidade de bolsas, inclusivas secretas para poder esconder dinheiro, o charas (haxixe) ou as vezes pedras preciosas.  É uma obra de arte que demanda semanas a ser realizada. Se antigamente sadhus eram amplamente sustentados pela sociedade indiana hindu, hoje nesta era de kali Yuga, as coisas se tornaram mais complicadas e os sadhus precisam ser criativos para atender suas necessidades.

Gopal Giri, que como seu nome indica é de outra sadhu parivaar (família) porém da mesma sampradaya (tradição disciplinar sucessória transmitida por um mesmo guru) que Sevak Barthi. Ali, ele esta preparando o charas. A resina da cannabis é coletada esfregando a planta, se grudando nas mãos para depois se retirada e formar uma bola. Naga sadhus são grandes consumidores de charas, emulando Shiva, que consumia sob a forma de Bhang, pasta feito com as flores da planta, que a Deuse Parvati preparava para ele. No universo de sadhus, o consuma da planta não é vista como recreativo, mas para alcançar outros estados de consciência.

 

Ainda hoje na Índia, o bhang é amplamente consumida também por leigos durante o festival de Shivaratri.

Em 2000, durante a Maha Maha Khumba mela conhecemos o Datta Bharti. Horst de seu antigo nome alemão, vim pra Índia de bicicleta e acabou ser iniciado pelo irmão do Maharaj, o Hari Bharti com os dois sadhus, fizemos a peregrinação do Himachal Pradesh, onde esta o refugio dele, para Girnar no Gujarat na ocasião do festival Shivaratri.

Em 2006 , junto com Datta Bharti, visitamos o Maharaj em Jarad.

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